sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Feliz aniversário

Parabéns Gene Suicida,
Sinto sua falta!
Fique tranquilo, não me esqueci de você,
Nem das nossas aventuras.

Mas atualmente alguém me mostrou um lado bom da caneta,
E eu só estou seguindo esse caminho.
Quero saber onde vai dar...

Mando notícias em breve,
Até lá meu querido Gene Suicida.

Feliz aniversário,

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Fila de espera

Amor,
Amor cujo o abraço nunca senti,
Amor?
Amor que ainda não beijei,
Meu amor!
Amor que só vi em alma roubada,
Amor que te espero na varanda de casa,
Na luz da alvorada,
Lhe aguardo sem pressa,
Sem juros de promessa,

Amor...
Que te digo as tardes quentes :
"Vem me ver "
Amor que nunca vi em cores ao vivo,
Mas que reconheço longe,
Meu anjo da guarda,

Aguardo,
Me veja,
Me beije,

Quando vier não me deixe,
Não saia do meu lado,
Quando nele chegar,
Sim, não se vá.

Eu estou esperando,
Mesmo sem entender,
Se há em nós toda esta graça,
Por que aguardo na praça?
Na fila de espera para tê-la...

Tolo

Ela é fogo e eu sou tolo,
Há em seu corpo,
Poder,
Explodiria meu mundo apenas para rir,
E assim ela faz,
Inúmeras vezes,
Ela é fogo,
Eu permito,
Eu sou seu tolo.

Amar-te-ei

Tua pele macia junto à minha,
Lábios finos em meu pescoço,
Tuas unhas como garras acariciam-me,
Abraços me apertam,
Enquanto meu coração bate,

O tempo então para!
As estrelas brilham junto ao sol,
Por um instante,
Como nunca antes,
Não brilham no céu que conhecemos,
Mas sim no céu em que mora teu olhar,

Ao passar das luzes ao seu redor,
Vejo apenas,
Amar-te-ei um dia mais.

domingo, 13 de novembro de 2016

Fernanda

Deitados na cama, sua cabeça repousava suavemente sobre meu ombro.
"O que há de errado afinal? Por que tem tanto medo de errar... De falhar? " dizia Fernanda enquanto me olhava por baixo com seus olhinhos cor de avelã.

Ela não entendia a tempestade em que vivia, e eu gostava disso, evitava seu sofrimento.

" Não é medo, é apenas o fato de que não posso falhar" lhe disse acariciando seu ombro.
"E por que não?! Todos tem o direito de falhar as vezes, por que logo você tem que carregar o mundo nos ombros?!" Fernanda dava leves socos na minha costela para mostrar sua frustração.
"Não carrego o mundo nos ombros... Mas odeio ver quem amo sofrer, e é meu trabalho aliviar essa carga, até que as pessoas andem por si só. "

Ela parou de me olhar por um segundo, apenas para subir em mim, montando e apoiando ambas as mãos em meu peito.
"Eu estou aqui, eu te amo, mas carregar esses problemas está te destruindo! Você não sabe mas não consegue aliviar tudo, você me abstém de diversos problemas, abstém teus amigos e sua família, mas no final por que todos nós temos que ficar vendo você se autodestruindo?! Isso é cruel "
Fernanda olha para baixo, como se fosse chorar. Eu já fiz ela passar por coisas de mais, tentando fazer ela não passar por nada.

" As pessoas vivem para se destruir, eu aprendi isso quando era criança. Então se eu puder quebrar, para manter um amigo, minha família ou você, Fernanda,para que fiquem inteiros, eu farei sem pensar duas vezes, porque é meu propósito, porque é minha essência." Subi as mãos e agora elas estão em suas coxas.

"Não quero um herói, o herói morre sempre. E eu não quero estar sozinha, eu não quero estar aqui para te ver quebrando! " Ela segurou minhas mãos mas inclinou o corpo para trás, me fazendo sentar na cama para que eu pudesse continuar usando o tom sereno da minha voz.

" Não vou quebrar, o herói nem sempre morre. "
" Sim morre! É só a parte da história que não contam para não estragar o sonho das crianças! E eu não sou criança! "
Fernanda já estava com olhos cheios em lágrimas.

" Fernanda..." eu sabia o roteiro, sabia o que iria acontecer agora.

"Eu amo você, sempre amarei... Mas não vou ficar para ver você virar um mártire."

Deitei novamente enquanto ela saia de cima de mim e se colocava em pé ao meu lado.
"Então isso é um adeus"Disse olhando pro teto.

"Adeus."

Fernanda deu as costas e colocou suas roupas, nas horas seguintes não abrimos mais a boca, ela colocará suas poucas coisas em uma mala de viagem e saiu pela porta, voltando para a casa de sua mãe.

Quando conheci Fernanda, ela tinha problemas. Sua família não dava a mínima para ela, ela havia acabado um relacionamento onde apanhava diariamente do desgraçado. Estava por um fio de repetir e desistir da faculdade.

Hoje, ela sai pela minha porta para retornar à sua família, a qual visitei diversas vezes e que choraram para pedir desculpas para Fernanda em seu 23 aniversário. Seu ex estava na cadeia, mas não deu entrada muito bem, foi escoltado até o hospital pela polícia pois tinha duas hemorragias internas e seu rosto inchado fazia ser difícil o reconhecimento.
Sua faculdade já acabará e se formou com êxito após todas nossas noites juntos forçando-a à ler os textos que explicavam as principais doenças Sul americanas.

Hoje seu único problema era eu,
E ela resolveu por conta própria.

terça-feira, 18 de outubro de 2016

Notas de conversa comigo

Odiava a mim mesmo naquela noite, ela estava sentada há minha frente.
Havia dores em meu peito que não podia explicar,
Ela sorria,
Era o pequeno farol que iluminava minha vida,
Teus olhos me encaravam,
Tentavam estancar o sangramento desenfreado de minha alma.
Ela sabia as palavras, o jeito, o truque, o modo com que se falava para me fazer sentir com o coração leve novamente.

-Merda eu sou a porra de um monstro, eu sou inútil! Eu não vou conseguir continuar, eu deveria desistir da porra toda...
-Bruno para,se acalma por favor.
-Não! Por favor para de se importar comigo, eu não sou o suficiente... Eu tenho tudo isso, esse ódio de mim mesmo...

Ela se levantou, subiu no meu colo e passou as pernas envolta do meu quadril.
Seus olhos encontraram os meus e sua doce voz me tocou.

-Para, você é esforçado, está em um nível que as pessoas geralmente não alcançam! Você tem toda essa pressão com você e se recusa a soltar isso pra fora, para nos seus amigos que tentamos te ajudar. Mas não se julgue inútil, insuficiente ou qualquer coisa do tipo... Você é um guerreiro, você tá lá na frente lutando, eu fico só aqui no meu canto e vejo você fazendo coisas que eu nunca conseguiria fazer. Eu me orgulho de poder te abraçar e as vezes negar você do resto do mundo.

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Teatro agulhas

A dor em meu corpo persiste,
Continua a me machucar,

Ora este coração meu,
Que meu deus...
Não se cansa de sangrar,

A tarde eu me lembro,
Me largo, me rendo,

A noite sequer relembro,
A dor que me faz de assento,

A manhã sequer existe...

Pois bem, continuemos!

Prossigamos com o teatro agulhas,
Alfinetando e prendendo o sorriso,
Que este estampado em minha face,
Dure!
Mas dure mesmo ,
O quanto minha carne aguentar.

Horas a noite

O despertador tocaria as 5:10,
Eram 4:50 quando escrevia este poema,

Já estava demasiado triste e bravo,
Sequer pensava corretamente,
Penso eu,
Que não pensava tão bem,
Pensava no presente,
Presente este do tempo?
Ou do presente vermelho e azul?

Não sabia,
Mas sabia,
De alguma maneira algo corria errado,
Era como chamar por Bruno,
E algum outro responder,
Pois desconhecia este que vos fala,

Que não lembra de si mesmo,
Que mudou as linhas de si mesmo,
Com agulhas, com unhas,
Ao ferro, até o plástico,

Não ligava para mim mesmo,
Mas deveria,
Mas iria,

Do tapete,
Até o rei do mundo,
Um dia... Talvez...